Temer recebe diretor-geral da PF fora da agenda oficial
O presidente Michel Temer se reuniu, nesta segunda-feira (15), com o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, no Palácio do Planalto. E nesta semana termina o prazo para o presidente responder a perguntas da própria Polícia Federal.
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Essas perguntas fazem parte do inquérito sobre supostas irregularidades na edição de uma medida provisória para o setor de portos.
A agenda desta segunda-feira (15) do presidente Michel Temer só previa uma audiência às 10h com o apóstolo Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. Mas, um pouco antes, às 9h, Temer recebeu, fora da agenda oficial, o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia. O encontro foi no gabinete presidencial. O subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, também participou.
A reunião só foi incluída na agenda oficial do presidente depois que a GloboNews procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência. Oficialmente, o Planalto informou que Segóvia foi discutir segurança pública.
Pela manhã, a assessoria da Polícia Federal informou que não ia se manifestar sobre o encontro. À tarde, Segóvia afirmou, em entrevista, que tratou com Temer de um projeto sobre Polícia Federal fardada, para reforçar o policiamento ostensivo nas fronteiras.
“A Polícia Federal fardada é um projeto que já vinha sendo construído dentro da Polícia Federal há alguns anos, porque é uma necessidade no país e da gente de fortalecer o crime organizado no país”, disse.
O encontro entre Temer e Segóvia ocorre na mesma semana em que termina o prazo para o presidente entregar suas respostas a um inquérito da própria Polícia Federal que apura se ele recebeu propina durante as negociações de um decreto sobre o setor de portos. A PF enviou 50 questões ao presidente no último dia 3. O advogado do presidente, Antonio Claudio Mariz, disse que Temer responderá as questões até quarta-feira (17). Esse interrogatório de Temer é uma das últimas diligências do inquérito.
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Ex-ministra e líder do governo de Dilma é novo alvo da Lava Jato
Um dos novos inquéritos abertos pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, atinge a ex-senadora e ex-ministra Ideli Salvatti (Governo Dilma). A petista foi citada na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Além desta investigação, a PF abriu outros sete procedimentos. Além de Ideli são alvo da nova ofensiva da Lava Jato, o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB), o ex-deputado Cândido Vaccarezza (ex-PT/SP), o ex-deputado Jorge Bittar (PT), ex-deputado Edson Santos (PT), as obras do Estaleiro Rio Tietê e empresas que pagaram propina sobre contratos da subsidiária da Petrobrás.
O ex-presidente da Transpetro relatou, em sua delação, que Ideli era ‘líder de governo e candidata ao governo de Santa Catarina e disse que estavam sendo estudada a possibilidade de estaleiros’ no Estado.
“Ela iria disputar uma eleição ao governo e perguntou, por telefone, se o depoente poderia receber seu chefe de gabinete; que em seguida foi procurado pelo seu chefe de gabinete no hotel Bonaparte em que estava hospedado em Brasília; que ele perguntou se o depoente poderia colaborar na campanha de Ideli Salvatti (2010)”, relatou.
Sérgio Machado afirmou que ‘contatou uma das empresas que pagavam recursos ilícitos oriundos de contratos com a Transpetro (Camargo Corrêa) e foi viabilizado então o apoio via doação oficial’.
“No caso de Ideli Salvatti, foi feito um repasse de R$ 500 mil, pela Camargo Corrêa, no ano de 2010”, afirmou.
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