PSDB se une ao PT para tentar frear “onda conservadora”
Durante muito tempo, quem quer que dissesse que o PSDB é um partido de esquerda, que diverge do PT apenas em questões marginais, se tornava alvo de chacota e era tratado como um teórico da conspiração. O tempo, porém, é um bom amigo da verdade e, conforme os anos foram se passando, esse fato foi se tornando cada vez mais patente; tão patente e tão claro que talvez até um jornalista consiga enxergá-lo.
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Se, apesar disso, você ainda conhece alguém que insiste em dizer que o PSDB é um partido de direita e que afeta risadinhas de deboche sempre que lê ou ouve que o partido de FHC é um partido de esquerda, comandado por figurões de tendências social-democratas, gramscistas e fabianas, conte para essa pessoa sobre o evento “Manifesto de Convergências pela Democracia e Direitos Humanos”, que será realizado no dia 02 de dezembro pelo Instituto Teotônio Vilela, o centro de formação política do PSDB, em parceria com o grupo PSDB Esquerda Pra Valer.
O evento, que tem como objetivo declarado articular estrategicamente a esquerda nacional para o combate ao avanço do conservadorismo no país, reunirá lideranças de diversos partidos de esquerda. Além de políticos e intelectuais do próprio PSDB, foram convocados representantes do PSB, da REDE, do PV, do PPS, do PDT, do PSOL e do PT.
E para que não reste dúvida de que o evento não está sendo promovido por um grupo minoritário dentro do partido, a elite do tucanato estará toda presente. Dentre os figurões que já confirmaram presença, estão Alberto Goldman, atual presidente do partido; José Anibal, presidente do Instituto Teotônio Vilela; o senador José Serra; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; e o governador Geraldo Alckmin.
Além de definir estratégias para lidar com a força eleitoral de Jair Bolsonaro, os organizadores do evento também pretendem discutir uma série de eventos internacionais, como a vitória de Donald Trump e o Brexit, com a finalidade de publicar um manifesto, de caráter suprapartidário, que servirá como norte para partidos e movimentos de esquerda no enfrentamento contra o avanço e a organização da direita brasileira, que, pela primeira vez na história da Nova República, será uma opção viável na disputa presidencial.
Essa frente ampla de partidos de esquerda provavelmente será acionada para apoiar Lula, Geraldo Alckmin ou quem quer que se torne o adversário do deputado Jair Bolsonaro no segundo turno da disputa presidencial que será realizada no ano que vem. No entanto, se você pensa que essa articulação tem como alvo única e exclusivamente o pré-candidato do PATRIOTA, você está enganado. Se você se revolta com os 60 mil homicídios anuais, não aplaude a ideologia de gênero, o assassinato de bebês, a corrosão das tradições, o vilipêndio das crenças e dos símbolos cristãos, e deseja preservar sua família do declínio cultural e moral promovido em nome da arte e da educação, é contra você que partidos de esquerda, como o PT e o PSDB, desejam lutar.
Para os organizadores e os participantes dessa articulação, “democracia” consiste em privar a maioria absoluta dos brasileiros de representação política, de ingresso nos debates intelectuais e de espaço na “grande mídia”.
Para os organizadores e os participantes dessa articulação, “direitos humanos” consistem em marginalizar o brasileiro médio e em exaltar o lumpesinato, enquanto promovem o banditismo e o coitadismo penal que estão na raiz dos crimes violentos e dos homicídios que assolam os brasileiros.
O que eles chamam de “combate ao avanço do conservadorismo”, portanto, nada mais é do que a prática de escorraçar da cena pública aqueles a quem eles prometeram abrir as portas da democracia; pisar nos valores e nas crenças daqueles que eles dizem representar; e, acima de tudo, retornar o país à tradicional disputa entre candidatos de esquerda, na qual a maioria dos brasileiros não tem senão a opção de votar em partidos que representam o contrário de tudo aquilo em que eles crêem.
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PF Diz Que PGR Impediu Continuidade De Investigação Sobre Renan
A Polícia Federal informou ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin que uma das investigações sobre o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi interrompida porque a PGR (Procuradoria Geral da República), durante a gestão de Rodrigo Janot, não devolveu o inquérito para continuidade da apuração.
Em ofício de 30 de outubro passado, o delegado da PF Alessandro Maciel Lopes, lotado no Ginq (Grupo de Inquéritos do STF), uma unidade da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, informou que a PGR ofereceu uma denúncia contra Renan e outras pessoas sem aguardar os resultados da investigação sobre uma série de documentos apreendidos em uma das medidas cautelares deflagradas na Operação Catilinárias, deflagrada em dezembro de 2015.
“Solicitamos então cópia do inquérito e verificamos que nela não foram contemplados os fatos objetos da ação cautelar 4027, deixando para trás um vasto material que estava sob análise da Polícia Federal”, escreveu o delegado. “Na verdade, as investigações no inquérito 4215 foram desencontradas, realizadas de forma fragmentária pela polícia e pelo Ministério Público, com a produção [de] informações e provas que não comunicam entre si”, afirmou Lopes.
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