O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, afirmou que teme alguma “manobra” de políticos ainda neste ano contra o combate à corrupção no País. Sem citar especificamente sobre qual tentativa estava se referindo, Bretas afirmou que políticos podem aprovar alguma lei “entre um Jingle Bells e uma rabanada”.
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“Nós estamos nos aproximando agora do final do ano. É possível que entre o dia 25, entre um Jingle Bells e uma rabanada, aprove-se alguma lei”, afirmou o magistrado em entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, exibida na madrugada desta quarta-feira, 13. Para o juiz, o senso de autopreservação dos políticos coloca o País sob o risco de se aprovar leis para impedir o avanço de investigações. Mais uma vez, Bretas disse ser contra o foro privilegiado.
Durante a entrevista, o magistrado reforçou que seu trabalho está pautado na análise técnica dos processos, e não em inclinação política. “Às vezes se diz que o Judiciário está perseguindo os políticos, isso não é verdade. Nós não perseguimos, mas também não protegemos.”
Responsável pela ordem de prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e por duas das sentenças que, no total, condenaram o político a seis décadas de pena, Bretas destacou ainda que “juiz não é político” e que não tem nenhuma aspiração na vida política.
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Esquema de Palocci mais complexo que o de Beira-Mar
No parecer em que pede o aumento da pena de Antonio Palocci, como registramos mais cedo, a procuradora regional Ana Luísa Chiodelli von Mengden comparou o esquema do petista com o de Fernandinho Beira-Mar, informa o UOL.
Para ela, o “delito de lavagem de dinehiro” de Palocci foi complexo e não aplicou o “modo clássico” usado pelo traficante.
O esquema do petista, disse a procuradora, “é de delito complexo de lavagem de dinheiro, envolvendo contas bancárias diversas, situadas em países diferentes, mantidas em instituições financeiras alternadas, em nome de pessoas jurídicas interpostas, além do fracionamento dos valores e mistura com dinheiro lícito”.
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