Como Sarney Armou A Tabela Temer-Lula Para Vencer A Lava Jato No STF
Com a morte de Teori Zavascki, rigoroso relator da Lava Jato no STF, os interesses e as especulações correram soltos em Brasília. Os ministros do STJ, penúltimo tribunal de Teori, fizeram uma disputa particular, como se o cargo fosse uma reserva de mercado para eles.
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Todos contavam com padrinhos políticos poderosos.
Mesmo assim, outros postulantes corriam por fora. Entre eles, Ives Gandra Filho, presidente do Tribunal Superior do Trabalho, tido como o candidato in pectore de Michel Temer.
Quem conhece o caminho das pedras bateu à porta de José Sarney, o melhor oráculo sobre o Judiciário. Queriam saber quem, entre tantos candidatos, poderia ser o escolhido. Sarney respondeu que nenhum deles. E explicou:
— Michel não vai cometer o mesmo erro de Lula e de Dilma. Não vai escolher alguém que, depois de chegar lá, diga que não deve a nomeação a ninguém.
Diante do espanto dos interlocutores, Sarney cravou: Vai ser o ministro.
Bingo.
O ministro Alexandre de Moraes chegou lá.
Foi um reforço para uma turma, liderada por Gilmar Mendes, que vinha perdendo espaço e as disputas internas. Perdiam junto Lula, Aécio, Temer e toda a elite política.
Esperança de uma virada nesse jogo, Gilmar se tornou figurinha carimbada no Palácio do Jaburu. Ali, uma estratégia, com as bençãos de Sarney, começou a ser costurada.
Ela vem obtendo sucessivas vitórias na Justiça e no Parlamento.
Precisava de mais. No último fim de semana, Gilmar levou o colega Dias Toffoli para um tete-a-tete com Temer. Como aqui antecipou Helena Chagas, ali teria sido acertado um pedido de vista por parte de Toffoli na votação pelo STF, tida como perdida, sobre o foro privilegiado. O que de fato se confirmou nessa quinta-feira (23).
A exemplo de Alexandre de Moraes, Toffoli chegou como uma surpresa no STF. Petista de carteirinha, seu maior cacife era o o lugar cativo na turma da copa e cozinha de Lula, inclusive nas animadas peladas na Granja do Torto.
Sem a mesma cumplicidade, mas intimidade maior com a família de Lula, Ricardo Lewandowski conquistou seu passaporte para o STF. Ali nunca decepcionou os que nele apostaram.
Com esse quadrado mágico, minoria em um jogo de 11, algum talento teria de fazer a diferença para vencerem todas as batalhas, mesmo as que perderam.
Só pode ser a comissão técnica, formada por Lula e Temer, com ajuda de Aécio.
Sob a supervisão de Sarney.
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JUCÁ RECEBEU LOBISTA DA ODEBRECHT 75 VEZES ENTRE 2009 E 2014
A Polícia Federal (PF) constatou que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) recebeu Claudio Melo Filho, delator e ex-executivo da Odebrecht, no Senado pelo menos 75 vezes. Jucá foi o senador mais visitado por Melo Filho durante o período em que medidas provisórias que teriam sido “compradas” pela empreiteira estavam tramitando.
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