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‘Teologia feminista’ invade a estrutura da Igreja Católica no Brasil




Aborto, ordenação de mulheres, “desconstrução da moral cristã tradicional”, ampliação dos direitos sexuais e reprodutivos e ideologia de gênero. Estes são os objetivos da ‘Teologia Feminista’ (TF), que já se infiltrou na estrutura da Igreja Católica através de mulheres ativistas da Teologia da Libertação (TL). Essa infiltração dentro da Igreja tem sido cada vez mais evidente por meio da aproximação de ONGs como as Católicas Pelo Direito de Decidir, financiadas pelas fundações internacionais Ford e McArthur.

Apesar de escandalosa, essa infiltração parece gozar de pouca atenção ou conhecimento do clero católico que, ou desconhece ou faz pouco caso. A verdade é que a Teologia da Libertação, ideologia praticamente hegemônica nos seminários católicos ainda hoje no Brasil, não parece contar com instrumentos para combater esse problema.

Em 2015, quando a Ideologia de Gênero estava sendo amplamente rejeitada pela maioria da população brasileira, o clero progressista da Igreja, envolvido com o marxismo da Teologia da Libertação, ajudou, por meio da CNBB, a expurgar o monstro que avançava (e ainda avança) sobre as nossas escolas. Mas isso aconteceu porque a vertente cultural da revolução marxista não contava ainda com a adesão da Teologia da Libertação, baseada nas abordagens mais ortodoxas e econômicas, classicamente ligada aos pobres. É exatamente isso que a Teologia Feminista pretende mudar.

Segundo Dom Estêvão Bittencourt, “a Teologia Feminista, cultivada na Europa e nos Estados Unidos, chega a reivindicar a extinção das diferenças de trato para mulheres e homens na sociedade, tecendo teorias sobre o andrógino primitivo para justificar suas teses”.

Ecumenista por natureza, há 25 anos mantém o curso de extensão de Teologia Feminista em universidades luteranas. Na Igreja Católica, essa abordagem aparentemente inovadora tem sido recebida com entusiasmo em eventos itinerantes sediados em conventos e mosteiros pelo país, contando com a presença de ONGs feministas como as Católicas pelo direito de decidir. O que devia ser escandaloso para a maioria dos católicos, parece , no entanto, ocorrer debaixo dos olhos de todos.

Por meio de congressos regionais, há alguns anos a ONG Católicas Pelo Direito de Decidir (CDD) faz-se presente na estrutura da Igreja Católica e já conta com grupos de trabalho plenamente estabelecidos. É o caso da Estef – Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana, das Faculdades Est e do Cebi, em Porto Alegre, que tem sediado o Encontro Estadual de Teologia Feminista desde 2015.

O encontro do ano passado (2016), teve como tema: Teologia Feminista Superando violências. Os objetivos do encontro promovido pelos institutos de teologia do Rio Grande do Sul foi “partilhar reflexões e práticas para a superação de violências de gênero (…) proporcionar a convivência e conhecimento das pessoas que atuam na superação da violência de gênero e de fomentar criação de redes de diálogo em Teologia Feminista”.

Mas a infiltração da ONG ‘Católicas’ (CDD) na Igreja Católica é bastante discreta. Seus eventos ocorrem por meio de leigos e clérigos progressistas ligados a organizações de feição esquerdista e apoiadoras de políticas de gênero dentro da Igreja, ideias abertamente rejeitadas pela Igreja Católica. Daí a sua discrição.

Nascida no seio da Teologia da Libertação

A Teologia Feminista, no Brasil, nasceu dentro dos debates da Teologia da Libertação, entre lideranças femininas que não encontravam respostas da TL para suas reivindicações. Algumas alas da Teologia da Libertação rejeitam expressamente a mentalidade abortista, como é o caso de algumas regionais da CNBB, que manifestaram-se contra as CDD.

Internacionalmente, pode-se datar o início da Teologia Feminista a partir do trabalho de Elisabeth Cady Staton, protestante e militante do movimento sufragista. Por volta dos anos de 1895-1898, Staton publica, em colaboração com um grupo de mulheres protestantes que realizavam estudos bíblicos, a Bíblia da Mulher (Woman´s Bible). Estabeleceram-se aí a relação militância e religião como parte constitutiva da Teologia Feminista.

Em 1911, na Grã Bretanha, um grupo chamado Aliança Joana D’arc, reivindica a igualdade entre mulheres e homens e criticava a visão única e hegemônica de um Deus somente masculino. A crítica desse movimento direcionava-se à visão androcêntrica de Deus e expressava-se na frase: “Orai a Deus, e Ela os ouvirá.”

Na América Latina, a Teologia Feminista começou a tomar corpo nos anos de 1960 e 1970. Ivone Gebara, Elza Tamez, Maria Pilar Aquino entre outras, foram algumas referências para a região.



A vertente atual baseia-se principalmente na reivindicação do aborto, o que fazem por meio da tentativa de demonstrar que a Igreja nem sempre condenou a prática e que, portanto, não se trata de uma condenação baseada em uma moral objetiva, mas dependente da época. A principal publicação neste sentido é do livro Uma história não contada: a história das ideias sobre o aborto na Igreja Católica. O livro é uma tentativa de comprovar o relativismo moral no cristianismo.

A TF como é hoje pode ser considerada um produto direto da atuação das Católicas Pelo Direito de Decidir. De sua declaração de princípios, destacamos três:

a) Desconstruir, nas bases da tradição cristã, uma cultura que oprime as pessoas nos âmbitos da sexualidade e da reprodução;

b) Construção de um discurso “ético-teológico feminista pelo direito de decidir”;

c) Promoção de diálogo com a sociedade sobre a religião e a vida das mulheres.

O clero católico, mesmo alertado do perigo desta ONG abortista de financiamento internacional, parece estar fazendo vista grossa a esta escandalosa invasão que causará, em breve, a aceitação do aborto por parte dos fieis leigos e até mesmo do clero.

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