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Goianos descriptografam escrito de estudante de psicologia que desapareceu misteriosamente no Acre


No quarto de Bruno Borges, foram encontrados 14 livros criptografados, uma estátua do filósofo Giordano Bruno, símbolos gnósticos e escritos espalhados pelo espaço
Após a divulgação de uma página de um dos 14 livros criptografados escritos pelo estudante de psicologia Bruno de Melo Silva Borges, 24 anos, que está desaparecido desde segunda-feira, 27 de março, os goianos Igor Rincon e Renoir dos Reis, criaram o site "Decifre o Livro", para ajudar a descriptografar outras páginas que possam ser publicadas.

"Vimos que tinha o padrão do alfabeto e começamos a decifrar e criar o site na segunda-feira (3) mesmo. A comunidade já está usando o site e a ideia é centralizar todo o conteúdo na plataforma e disponibilizar", diz Renoir, que também contou que a família de Bruno Borges já entrou em contato com o seu sócio, Igor Rincon.

Veja abaixo o que foi liberado:

 "Caminho difícil Por milhares de anos o ser humano vem tentando encontrar respostas para perguntas como 'qual o sentido da vida'? A filosofia que, ao que tudo indica, parece ter se iniciado com Tales de Mileto em meados de 700 a.C. visa encontrar vestígios de perguntas sem respostas. A pesquisa profunda pela verdade absoluta advém da filosofia, e quando falamos a respeito de caminhos fáceis ou difíceis estamos nos referindo a esse tipo de teorema.

 É fácil aceitar o que desde criança te ensinaram que é errado. Difícil é, quando adulto, entender que te ensinaram errado o que desde criança você suspeitou que fosse correto. Em outras palavras, se você se enquadra em algum cujos estímulos do meio lhe determinaram certo comportamento, fazendo com que estivesse à mercê de crenças já providas e bem estabelecidas em dogmas e rituais, com uma massa concentrada de pessoas nela; ou permitindo-o ficar no conformismo, aceitando o conceito de felicidade e de sentido da vida embutido pela mídia e pela sociedade, então claramente você faz parte do caminho fácil para a busca da verdade absoluta.

Acaso se enquadre na segunda opção, ou seja, aquele que suspeitava de todo conjunto de crenças que lhe foi enraizado, então este tem tudo para ser um investigador da veracidade nas coisas ao seu redor, entrando em um caminho mais complicado, no qual uma minoria se arrisca ou enfrenta com bravura."

Entenda o caso
O estudante de psicologia Bruno de Melo Silva Borges, 24 anos, está desaparecido desde segunda-feira (27), quando foi visto pela última vez em um almoço de família, em Rio Branco (AC). Além do fato do sumiço, o que chama atenção nesse caso é o quarto do rapaz, sem móveis, com escritos impecáveis, com precisão e simetria, uma estátua do filósofo Giordano Bruno orçada em R$ 7 mil, símbolos gnósticos e 14 livros criptografados escritos por ele mesmo e identificados por números romanos.

O quarto de Bruno ficou trancado por 24 dias enquanto os pais viajavam de férias. Quando o pai do jovem, o empresário Athos Borges, retornou do trabalho e não encontrou o rapaz, ele abriu o quarto e viu as mudanças. "Eu entrei lá e não vi a cama, não vi nada, só vi aquilo tudo. Naquele momento eu vi que o Bruno tinha ido embora", disse Athos.

 Na ausência dos pais, Bruno ficou com o irmão gêmeo Rodrigo Borges e a irmã mais velha, Gabriela Borges. "Ele falava que era o projeto dele, eu questionava o porquê que não poderia saber o que era o projeto e ele me disse que iria me contar o que era em duas semanas. As pessoas falam porque que você não foi lá e abriu aquela porta? As pessoas têm que entender que não se tratava de uma criança, é um adulto e tem a privacidade dele. Me incomodava, mas eu não podia arrombar a porta", contou Gabriela.

A irmã disse ainda que ele deixou uma chave que relaciona letras e símbolos e eles conseguiram traduzir algumas coisas. "O título de um dos livros é 'A teoria da absorção do conhecimento'", explicou Gabriela.

Em entrevista ao G1 Acre, a mãe de Bruno, a psicóloga Denise Borges, afirmou que o filho não tem problemas psicológicos. "Ele é iluminado. Na escola, sempre foi diferenciado, um líder nato, com um alto poder de persuasão. É um menino de um coração tão bom, que dava as coisas da casa e dele aos outros, como camisetas e calças. Não é porque é meu filho, estou falando do Bruno amoroso, que enxerga a alma das pessoas”.

Denise comentou ainda que em 2013, Bruno tinha falado sobre um projeto que estava trabalhando e precisaria de dinheiro. Ela disse que o ajudaria se soubesse o que era, mas ele não contou. “Ele dizia que era secreto e não dei o dinheiro. Então, começou a procurar pessoas que acreditassem nele sem contar o que era o projeto. Ele só me falava que estava escrevendo 14 livros que iriam mudar a humanidade de uma forma boa. Ele me pediu um ano sem trabalhar para terminar e eu, orientada por um médico, deixei”, explicou.

 A psicóloga também contou que o filho já tinha escrito cinco livros. "Um deles ele queria patentear, porque havia lançado uma teoria. Ele me pediu ajuda e eu disse que iria ler. Li três vezes. Somente na terceira, quando fui ler, entendi. Nunca tinha visto uma coisa daquela, era perfeita a teoria dele, que somos interligados em tudo. Ele queria patentear e eu não dei conta”, diz.

Por fim, a mãe falou o que faria se tivesse visto o quarto antes do desaparecimento do filho. “Se ele abrisse a porta do quarto e nos chamasse para ver, eu iria chorar até ‘morrer’, chamar a ambulância e mandar internar. Ele sabia o que nós faríamos. Talvez tenha ido embora para que chegássemos a esse esclarecimento. Talvez tenha tentado patentear, não tenha conseguido, e criou uma linguagem própria ou talvez a obra tenha sido feita para ser lida por quem tem uma inteligência além”, especula Denise que está preocupada com Bruno, mas acredita que o “exílio” também faça parte dos planos dele na construção de suas teorias filosóficas.

As publicações estão com a Polícia Civil do Acre, que investiga o caso e segue em sigilo. Atualmente a família procura especialistas que possam decifrar as criptografias dos livros.







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